sábado, 3 de outubro de 2009

mIRC - bons velhos tempos

Para as gerações mais recentes, não será mais do que um simples programa de chat, sem cor, "monocromático", arcaico, ultrapassado e por aí. Porém, para as gerações que lhe precedem, hoje na casa entre os 20 e os 30, foi uma janela aberta ao mundo, que derrubou fronteiras entre regiões e países. No que se refere ao panorâma nacional, poderia mesmo dizer que ligou alguns dos seus pontos opostos, fazendo uma comunicação, entre duas pessoas separadas por centenas de quilómetros, ficar à distância de um click.

O que muita gente não saberá, ou pelo menos nunca ouvi referência a tal, foi o legado deixado por tal meio de comunicação. Se muitos afirmam, que as "técnicas" de abreviatura surgiram com as famosas SMS por telemóvel, quero crer com grande certeza, que estas surgem por meio das comunidades de IRC. Basta para isso fazer uma pequena introspecção dos tempos: se não me falha a memória, o IRC começa a ganhar projecção em Portugal, em 1996 sensivelmente; As SMS de forma massiva, surgem aquando do aparecimento de uma nova rede de operadores móvel, Optimus, com um tarifário intitulado "Boomerang Chat" em 2000/2001, com 150 SMS grátis para qualquer das outras operadoras móveis (quem não se lembra, até então, dos toques como forma de dizer qualquer coisa, para não gastar saldo?)

Daqui, surgiram os termos mais conhecidos, entre outros, tais como "lol", "ddtc?", o asterísco como beijinho, as chavetas como abraços ou as caras representativas de um estado de espírito, tais como :) ;) ;( :P ...
Este ambiente de conversação virtual, entranhou-se numa quase "cultura" de uma juventude que fez disso um hábito. Lembrar-se-ão, com toda a certeza, dos jantares dos ditos canais de chat, ou eventos de qualquer ordem ou espécie, onde muitos se conheciam, revelando a pessoa por de trás do nickname que lhe dava voz.

Por sua vez, o fenómeno MSN, veio devolver a isolar o contacto virtual entre pessoas, retirando a função comunitária e social. Por conseguinte, o IRC, entra em decréscimo de utilizadores, até à sua quase extinção actualmente. Por outro lado, sites com um intuito semelhante, tais como Hi5 e cia., acabam por retirar a magia que existira sobre a necessidade de descobrir, isto porque, tudo o que se poderia perguntar e ser levado como forma de diálogo e meio originador de uma actividade social, é agora encarado quase como relatório e, mesmo até, como "Curriculum Vitae": não é de admirar que muitos considerem-nos catálogos de pessoas - a Era da Imagem (...).

Recordo com alguma saudade tempos esses, nos quais, de forma simples, se estabeleciam conexões, do ponto de vista social importantes, induzindo à partilha de conhecimentos e de culturas de região para região, de forma saudável e enriquecedora. Actualmente, também a este nível se procurou o isolamento do mundo exterior. Será, aqui também, um reflexo da sociedade actual?


Há dias, enquanto passeava pela muralha do castelo de Sines, reparei nesta inscrição que me levou aos tempos áureos de IRC, à qual tirei uma fotografia.
A inscrição revela um nickname e um canal, para além de um pequeno incentivo. Deixo-vos com a imagem.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Julia Nunes

Há meses, na procura incessante por novas vibrações musicais pelo mundo do YouTube, cruzei-me com uma cover, de uma banda pela qual nutro quota simpatia, tocada pela norte americana Julia Nunes. Esta, que dá nome ao título, não fez mais que aliar o gosto (e jeito, diga-se) pela música, às novas tecnologias ao dispor, criando assim as suas próprias interpretações das músicas que mais aprecia. Actualmente, conta com uma lista que ultrapassa os 100 mil assinantes do seu canto no YouTube, onde se dá pelo nome de Jaaaaaaa. Os seus trabalhos surgem por intermédio de video-montagem, com arranjos quer de voz quer instrumentais, todos realizados pela mesma, dando uma certa graça e originalidade à musica em questão, quase nunca dispensando o ukelele.
A publicação periódica destes mesmos trabalhos, deram asas a uma projecção nacional, que começa a dar os seus primeiros passos além fronteiras, para além de dois cd's de originais já lançados no mercado, bem como todo o merchandising criado em torno do seu sucesso.
Veremos se chega a Portugal.

O vídeo em que tropecei

terça-feira, 7 de julho de 2009

O primeiro.

O primeiríssimo.
Deveria começar por explicar porquês de porquês.
Não tanto por uma tentativa de amplificar uma voz, mas talvez pela necessidade de registar certos momentos, genéricos de uma vida, de um pensamento, de uma atitude. Em suma, falar da vida, daquilo que a compõe, daquilo que é ensaiado nos seus bastidores.
O nome não é inocente, e aqui revela uma parte daquilo que me fascina. Porém, Sol de Sétima, retrata uma variação do acorde musical, que por si, não deixa de o ser. Apenas varia. Assim se pretende que sejam vistas as coisas banais do dia-a-dia, como são, embora numa variante que as descortina, conferindo-lhe uma maior realidade, revelando o seu segundo sentido, ou não.
Assim, sirvo-me da música para dar vida a este pequeno espaço, impregnando-o com um ambiente artístico, onde arquitectura, com a qual me casei, será palavra de honra algumas das vezes, entre outros. Porém a música, será sempre a eterna amante.